quarta-feira, 14 de maio de 2014

dos manuais escolares

segunda nota sobre manuais escolares, depois de há tempos ter aqui comentado e relacionado os manuais e as dinâmicas escolares de sala de aula;
continuo a ir à apresentação do que as editoras definem como "projetos" editoriais para o próximo ano letivo; depois de ontem ter assistido a um três em um, isto é, três projetos numa apresentação, destaco uma ideia;
já o ano passado tinha pensado, aquando das apresentações dos manuais para o 7º e 10º anos, que qualquer um pode hoje dar aulas; qualquer um, com ou sem experiência, com ou sem qualquer tipo de conhecimento pedagógico ou do «eduquês» pode dar aulas; os manuais vêm completos, são elementos de facilitação do trabalho, tudo exposto, tudo apresentado, tudo editável, tudo à distância de um clique, ele são planificações (de ano, de unidade ou de aula), fichas e testes de avaliação (simples, mais complexas, para necessidades educativas, globais, tipo exame, etc), ele são caderno e propostas de atividade, propostas para plano de atividades onde apenas é necessário alterar cabeçalhjos e toda uma panóplia de elementos que claramente podem e devem facilitar a vida ao docente;
contudo, se qualquer um perante estas condições pode dar aulas, também afirmo que poder pode, só que se ficar por aí, certamente não será nem docente, nem professor, mas um qualquer funcionário, tipo amanuence eventualmente pedagógico;
as atuais propostas vão no sentido de libertar o docente para duas coisas que considero determinantes, e parece que não sou só eu, 1) para preparar e pensar a dinâmica de sala de aula e 2) criar e implementar processos de diferenciação pedagógica, escolar e curricular; aí sim, se quem der aulas pensar estas duas dinâmicas, então teremos um docente, um professor, alguém que encaminha, apoia e ajuda; se nos cingirmos às orientações então seremos apenas e simplesmente mais um, no meio da parafernália social que hoje faz e completa a escola...

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