sábado, 3 de maio de 2014

Os livros e as dinâmicas de sala de aula

Estive em apresentação de manuais de História a adotar para o próximo ano letivo; 
O ministério define um conjunto de regras de seleção, por vezes incontornáveis; as editoras apresentam os seus argumentos, entre o apelativo e o facilitador, os professores fingem que escolhem; 
E há de tudo, desde aqueles em que qualquer um pode ser / fazer de professor, pois apresentam-se com quase tudo numa lógica de pronto a consumir, até a lógicas e dinâmicas por vezes interessantes a outras onde um do senhores se descaiu e refere ou compara a coisa com a bíblia; e é esta a lógica que ainda sustem muitos dos manuais; 
longe dos tempos da imagem, os manuais ainda se apresentam muito virados para a centralidade do professor enquanto orientador e organizador das atividades (circunstâncias quase que incontornável), onde se considera um aluno mais ou menos interessado, a privilegiar o aluno urbano, do litoral, do centro/norte do país, num claro processo de normalização social por via escolar;
ainda não tive oportunidade de ver propostas que integrem processos de articulação e integração entre o físico (o manual em si) e o digital, seja por via on ou off line (ainda que se apresentem alguns "produtos" editáveis); por exemplo, a possibilidade de aprofundar temas, de realizar tarefas autónomas ou a capacidade de criar processos individuais de aprendizagem, tipo costumização das aprendizagens;
Por esta última via, de costumização, não vislumbro processos de diferenciação; os manuais continuam a organizar os processos de aprendizagem de forma linear, sequencial, considerando como marcos os testes e os exames; 
e o manual condiciona, e de que maneira, as dinâmicas de sala de aula; 

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